Ah, que saudades do tempo em que minha única preocupação era com que boneca eu deveria escolher para brincar ou até mesmo com quais amigos eu iria partilhar meus brinquedos... Ah que saudades de quando tudo parecia ser fácil.
E aí estou, cresci, evoluí, aprendi com os meus próprios erros, mas também descobri que é melhor aprender com os erros que outros cometem. É, eu estou deixando minhas pegadas na areia da praia, uma praia deserta, onde foi constituído meu próprio "mundinho perfeito" em que costumo me refugiar daqueles tais problemas que costumam sempre e sempre tirar o meu sono.
Eu era uma criança, vivia dos meus próprios sorrisos e na sombra dos meus protetores, comecei a andar com minhas próprias pernas e aquilo era fantástico para mim! Descobri que nem tudo eu poderia colocar na boca, descobri isso da pior forma possível, descobri que deveria compartilhar meus brinquedos com aqueles que não tinham tantos como eu -apesar de não serem tantos assim-, descobri que quando eu caía, o beijinho que minha mãe viria a dar curaria meus males e eu voltaria a brincar novamente... Ah era tudo muito bom!
Eu cresci, os sorrisos antes bobos e sem motivos foram extintos dos lábios daquela que estava passando por diversas modificações... Eu entrara na adolescência, uma série de crises de identidades, revoltas sem fundamentos e pequenos detalhes que não irão diferenciar nada. Aquelas roupinhas coloridas foram extintas e trocadas por um guarda-roupa fúnebre e sombrio. O rosto rosado e vívido foi sendo extinto por uma face pálida e traçada no preto, os olhos fortemente marcados com uma espécie de "tinta" preta.
Os problemas começaram a surgir, as lembranças da infância feliz e perfeita foram sendo esquecidas, até que percebi que de nada me adiantaria revoltar se a essência do que eu precisava era singular, pleno e feliz. Comecei a olhar os passos que eu havia deixado na areia da praia deserta... comecei a ver que o que eu fizera em alguns anos havia sido em vão. Eu estava indo pelo lugar errado! Eu estava errada, algo muito duro para que eu mesma pudesse admitir, eu jamais admitiria meus erros, dessa vez, eu admiti.
A garota agora cresceu um pouco mais e começou a descobrir novas sensações, algumas boas, outra nem tanto, mas que cada minuto de felicidade valeria a pena.
Os passos estão e foram trilhados naquela areia macia e delicada da praia, os primeiros passos eram tão pequenos, singelos, inocentes... Com o passar de alguns anos tornaram-se passos mais marcantes e cheios de decisões, então esses passos estão se tornando menos denso, mais iluminados, com alguns sorrisos, com algumas horas de silêncio absoluto.
E nada do que possa dizer poderá mudar as modificações que em mim existem e sempre haverão de existir. E o que me faz mudar se chama a vida, meus passos foram e ainda serão marcados naquela areia de praia que se resume em minha vida, onde nada e tudo faz sentido ao mesmo tempo... E sei que ainda terei mais passos gravados ali, e comigo outros passos serão formados, o amor pode separar os seres, mas um dia serão juntos e vivificados pelo mesmo amor.
OBS: Tenho que agradecer à Guilherme Moura -ou simplesmente meu branquelo- por me ajudar na escolha da ilustração do post.
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