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A maior força, é aquela que vem de você, que está presa à sua alma e mesmo essa força que me detém, não é o suficiente para ser incrível.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

[CONTO] - O Viajante e o Cogumelo


Senta, menina! Senta em meu colo e vem escutar minhas estórias, sempre tão idiotas, sempre tão interessantes.
 Senta, menina! Fica quieta num canto, se ajeite e se apronte, que logo eu começo.
 Depois de sentada, menina, fique confortável, pois já basta a vir doer as costas. E assim espere que logo vou sentar na cadeira de balanço para dizer bobagens.
 E na tarde que parecia infinita, a estória desenrolou-se. Deixe-me te ensinar sobre a vida, menina... A vida é um emaranhado de coisas... Tipo um novelo de linha, que se enrola e desenrola, que dá nós e a gente tem que cortar às vezes aquilo que não tem jeito.
 Deixe-me falar sobre corações, que esses, além de bombear sangue também servem para expressar sentimentos. Mas tenha calma, menina... Não expresse tudo de uma vez, tenha calma! Uma menina como você deveria estar aprendendo que agir como criança não é o melhor a se fazer, olhe bem ao seu redor, menina... Muitas coisas podem ser perdidas com esses atos.
 E por fim, menina, digo-lhes que a conversa mais inútil começou com um viajante e um cogumelo.

 O viajante estava faminto e viu na estraga um cogumelo muito bonito, colorido e cheios de graças. Resolveu aproximar-se e conversar com o fungo. Logo percebeu que ele tinha um poder tóxico enorme! Nenhum animal ao seu redor se aproximava, sequer as vespas. Desistiu e foi seguir seu caminho. Mais a frente encontrou um cogulo sem atração alguma, como qualquer outro, mas algo lhe chamou atenção... Tudo ao redor do cogumelo parecia ter vida, ele falava com precisão e cortesia. O viajante logo se abaixou e perguntou: - Por que não és belo e tens tantas qualidade? O cogumelo em silêncio ficou por uns instante e logo respondeu: - Se um cogumelo não serve para servir, qual a utilidade de sua existência? O viajante abocanhou o cogumelo e ali satisfez a sua fome, fome de vida, fome de caráter, fome de luz, cortesia.

 Portanto, menina, a estória mais indigna a ser contada foi esta. Mas com uma ressalva, tu sois bela como o cogumelo venenoso, mas tenhas contigo a cortesia, calma, caráter e, acima de tudo, erre e conserte seus erros. Afinal, se uma menina não serve para servir, para que serviria? As cortinas foram fechadas, a peça encerrada e o público feminino em êxtase com tamanha ousadia do artista.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Zing - Um post pra você

Eu estava conversando com um amigo sobre um dia ele encontrar a pessoa que o completaria, então eu simplesmente disse: Cara, quando você encontrar a pessoa exata vai rolar um zing muito lindo e  você saberá que ela é a pessoa da sua vida!
Foram essas palavras que me fizeram refletir sobre o que sinto, sinto por você e se encaixou perfeitamente com tudo que vivo. E continuei a falar...
É como se você visse seu futuro com aquela pessoa, como se os inúmeros defeitos dela fossem insuportáveis, mas ao mesmo tempo, completamente suportáveis.
É perceber que dias longe dessa pessoa te matam um pouco, mas que ao revê-la seu coração sai pela boca e você sabe que tudo irá bem.
Irá querer ter filhos com ela e amá-la, cuidá-la e respeitá-la. Porque o bem-estar dela é a coisa mais importante pra voce.
Nao vai se importar se ela deixa a toalha molhada em cima da cama ou se ela fica pijama o dia todo... Porque simplesmente você ama a alma dela, muito além do que uma atração física.
E é exatamente assim que eu vejo o amor, é dessa forma que me apaixono todos os dias pelo mesmo rapaz, é dessa forma que o enxergo com defeitos e com virtudes e hoje [05/09/2013] é um dia muito importante para a vida dele, Ivan é o nome do nobre cavalheiro que detém meus mais nobres sentimentos, é por isso que estou tão inspirada para falar sobre o amor rsrs.
Então, eu fico tão feliz por fazer parte da sua vida... Pois é, me sinto de casa já [tanto que tiro meu tênis e fico só de meia quando estou com você vendo algum filme]. Hoje eu vi você correndo de um lado para o outro indo atrás de uma realização, o seu mestrado!
Mestrado esse que conseguiu com mérito, com luta, com estudo. E seu curso de graduação está no fim, ao longo dele muitas conquistas profissionais, algumas pessoais [quem sabe é você rsrs] e, o mais importante de tudo, ter me conhecido (sim, eu me acho x.x). E foi nesse fim de graduação que eu tive a oportunidade de te conhecer e ver o quanto és inteligente, dedicado, fascinante, tímido e sensível... Isso mesmo, sensível.
Eu tenho orgulho de dizer que faço parte da sua vida, de ser sua namorada e de saber que você cuida tão bem de mim! Fico feliz por suas conquistas, fico muito feliz por participar dessas e quero participar de muitas outras ao seu lado.
E mesmo você querendo que o nome do seu filho seja Neto, eu ainda vou gostar de você!
E para explicar o que é Zing... Zing é isso... *o* O que eu tive com você! Não sei se foi recíproco, mas foi meu Zing. Eu te amo, José Ivan. E, mais uma vez, parabéns por essa conquista! <3 span="">

domingo, 9 de junho de 2013

Menina


Tua pele cheira a flor de maracujá
Teu rosto me encanta como a luz do luar
E tua pele de pêssego, macia, perfeita
Me faz ir além da imaginação

Teu cheiro levemente adocicado
Com tons amadeirados e teu cabelo esvoaçado
Me lembras das garotas que amei quando criança.
Teu pequeno tamanho, parece uma boneca

E tua voz calma e sincera
Me fazem perder o caminho.
Teus olhos profundos e cristalinos

Como gostas do orvalho matutino
É o que preciso pra seguir o meu destino
E tua boca, faz-me embebedar em teu sabor, menina...





Alcantara Coimbra

quarta-feira, 15 de maio de 2013

[CONTO] - A Virgem

- Lembra da primeira vez que te vi? Você estava ocupada, concentrada e mal me olhou. Mas eu estava lá, te olhei, te analisei, te montei e desmontei em questão de segundos. Eu te olhava e observava, cada movimento, cada parte de você, seu corpo, sua boca, eu ficava louco. 
- Mas...
- Não terminei, cale-se! Atou a boca da moça com uma larga fita adesiva, quase cobrindo-lhe o nariz, deixando apenas um pequeno espaço para que pudesse respirar com dificuldade.
- Eu apareci, puxei seu braço e pedi informações, eu te fiz me conhecer. Eu te fiz saber quem eu era, ao menos, quem eu mostrava ser, fui mostrando como eu trabalhava, como eu era fantástico, como eu era esperto e admirado por todos. Te fiz enxergar que eu poderia ser muito além do que você esperava, fui te laçando devagar, em pouco tempo você estava completamente presa em meu torvelinho.
E eu que pensava que seria mais difícil... Bobagem! Você estava caída por mim! Te levei em locais que você nunca tinha ido antes, te dei presentes e ilusões. Te dei o que você queria, o que você nunca tinha experimentado antes.
E eu olhava pra você, te fazia me olhar, te beijei, te fiz ficar feliz, você estava em minhas mãos e foi tão fácil! Com o tempo fui te impondo coisas, impondo desejos, impondo minhas vontades, você resistia, tentava dizer que não... Mas eu fui mais forte, eu sempre fui mais forte! Consegui tudo o que eu queria.
Te fiz sair e entrar em cena quando eu bem entendia, você era meu fantoche, meu brinquedinho. E eu te obrigada a saciar as minhas vontades, os meus desejos, eu te olhava com carinho - ao menos era o que você achava - e você atendia a cada pedido meu. 
Você me amava a cada dia que passava, eu te agradava, mesmo eu sendo um tanto maníaco por certas vontades, mas você gostava de mim, eu te falava segredos de liquidificador.
Doce menina, eu até que gostava de você, sabia? Gargalhadas e olhares insanos, estava louco, arrodeava a garota tocando em seus cabelos ruivos e arfando em seu singelo rosto de medo.

- Eu era tão mais experiente que você... Isso com toda certeza te fascinava! Eu era sagaz, divertido, você adorava! Gostava dos meus olhos, dizia que pareciam olhos de criança, meigos e singelos. Mal sabia você que por trás desses olhos morava um monstro. Agora você realmente sabe muito bem! Pegou uma faca e cortava lentamente o corpo amarrado da jovem, fazendo pequenos retalhos de tecido epitelial.

- Você era uma mocinha... Era! Te fiz ser uma pura vadia, tão infeliz quanto um cão sem dono, iludida como uma meretriz de rua, achando que tudo daria certo. Enquanto você se sentia culpada, suja, eu me sentia feliz e muito satisfeito. Eu tinha você completamente pra mim, a qualquer hora. E nossas viagens e passeios, esses eram os melhores momentos! Eu não tinha que me esconder dos conhecidos e podia fazer o que bem entender com você. 

- E agora... Você não me serve mais! Eu não te quero, na verdade só te quero de uma forma... MORTA! 

Esfaqueada lentamente, jorrava do corpo frágil e ainda mais pálido, o sangue mais rubro e mais puro daquela cidade. Ali desfalecia lentamente, facada por facada, a virgem que entregou seu coração ao mais vil vilão.


                                            Alcantara Coimbra



sexta-feira, 10 de maio de 2013

O medo e a coragem.



Medo... Eis uma palavra que é presença em nossas vidas, em nossas decisões, em todo e qualquer momento. Medo de atravessar uma rua, medo de cair, medo de errar, medo de perder, medo de sofrer, medo de ser feliz, medo de arriscar, medo de desistir, medo de persistir, medo de enfrentar, medo de amar.

Mas o que é o medo?
O medo provém do termo latim metus. Trata-se de uma perturbação angustiosa perante um risco ou uma ameaça real ou imaginária. [Definição do segundo tópico que encontrei quando digitei no Google "medo definição".]

Sabe, eu tenho muitos medos... Todos temos medos. E como todo post meu tem uma inspiração, esse não seria diferente. Mas ele será especial, pois dedicarei à minha amiga [apesar do pouco tempo de conhecidas kk'] A. Carla (para preservar a identidade, claro rsrs.)

Vivemos nossas vidas, tentando escolher o certo, fazendo escolhas diversas que sempre nos levam a algum lugar. Algumas escolhas são mais fáceis que outras, algumas precisam de atenção e ponderação, outras são difíceis e muito dolorosas.

Uma decisão que nos livra, mas que é muito dolorosa é a decisão do "desapego", desapegar de algo ou alguém. 

Sabe, desapegar não é fácil! É muito difícil, exige cuidado, exige coragem, exige racionalismo. E agir de forma racional quando o emocional fala mais alto é muito complicado, as lágrimas rolam no rosto, a dor existe, é tudo tão complexo, tão difícil, tão triste... Desapegar quando se gosta por motivos pessoais, maiores ou apenas motivos é algo que parece fácil para quem está de fora da situação, mas para quem está dentro é como ter o coração esmagado pela "pisada" de um gigante.

E essa decisão é a mais difícil, porque depois de tomá-la, o medo assola toda e qualquer ação futuramente praticada. Será que o medo nos impede de seguir em frente? Será que ele nos impede de sermos felizes novamente e encontrarmos novos motivos para sorrir? Será mesmo que ter medo de arriscar e se privar vai resolver alguma coisa?

Algo que já foi decretado o fim, o desligamento, merece mesmo persistir? Mas já teve um fim definitivo, não é verdade? Então por que medo de seguir a vida em frente, ser feliz novamente, talvez quebrar a cara mais uma vez e voltar a ser feliz?

A vida é de erros, mas é de acertos também! Acertos que valem muito a pena quando são acertos! Então eu digo uma coisa... 
BE HAPPY!

Em todos os sentidos da palavra felicidade! Não tenha medo de seguir em frente, ser feliz novamente. Não se prenda a algo que não deu certo e que apesar da felicidade que houve, gerou uma série de desventuras. Não deixe que essas desventuras sejam seriais. Afinal, quem te cativa é responsável por isso, da mesma forma que és responsável por que  cativas. Don't be afraid, coragem! Coragem, coragem que a vida é só uma passagem!

Seja feliz, porque os momentos que realmente valem a pena não devem ser guardados ou resguardados. Arrisque, quem arrisca não petisca. E a vida está ai para acertos e erros. Paciência, meditação, ponderação e segue em frente.

Utilizando o lema de uma animação que eu adoro... SIGA EM FRENTE.

Siga, busque coragem, porque o medo é uma fraqueza. A coragem é uma virtude.

terça-feira, 16 de abril de 2013

[CONTO] - Vingança




Esta é minha última semana como detento na Penitenciária Estadual da Filadélfia. Eu ainda não entendo o porquê disso, mas o psicólogo desse lugar disse que esse relato ficaria guardado lá. Seria como uma pesquisa de como os detentos sentiam-se quando estavam perto da liberdade. Bom eu sempre detestei escrever redações, mas sou obrigado a isso.
Meu nome é Mike Evan Turner, daqui a uma semana eu cumpro sete anos de detenção por assassinato e tortura. Eu realmente não me arrependo do que fiz e nunca irei me arrepender. Não me coloco como um doente ou psicopata, eu fiz e cumpri o que eu prometi a mim mesmo. Vingança.
Eu tinha onze anos de idade, morava em University City, centro da Filadélfia, com minha irmã mais velha Mellody e minha mãe Rachel. Éramos apenas nós três, meu pai havia morrido com um câncer cerebral há cinco anos e nós nos mudamos de Chester para a Filadélfia. Logo fizemos amizades com todos os vizinhos da rua. Era um bairro tranqüilo e pacato de se viver, a única violência ocorrida por lá eram os constantes assaltos, mas nada que pudesse fazer de University City um lugar violento.
As brigas entre eu e Mellody eram constantes, não tínhamos um bom relacionamento, talvez fosse mais por minha culpa que culpa dela. Mel tinha quatorze anos e longos cabelos lisos e negros, com olhos azuis e um sorriso encantador. Ainda hoje eu sofro com tudo o que aconteceu. Eu costumava demorar no banheiro para que Mellody ficasse muito irritada, aquilo me fazia rir, suas bochechas vermelhas e seu olhar de furiosa.
Neste dia, eu não a irritei, terminei meu banho cedo e ela não brigou comigo, isso era muito raro. Fomos à caminho da escola e durante o percurso Richard Johnson, nosso vizinho de três casas nos perguntou se queríamos uma carona até chegar à escola, já estávamos na metade do caminho para a escola mas eu e minha irmã decidimos entrar no carro e aceitar a carona.

Arrependo-me dessa carona até hoje. Perto de chegar à escola, Sr. Johnson virou em uma estrada de barro deserta. Perguntamos-nos o porquê e ele sacou uma arma e mandou que eu ficasse no carro calado, então puxou a Mellody pelos lindos cabelos que ela tinha e a obrigou a descer do carro. Eu gritava e ela pedia que eu ficasse calado, ela olhou para mim chorando, e falou que me amava. Eu não sabia o que ele iria fazer com minha irmã, então ele a obrigou a entrar no meio dos matos que havia a beira da estrada e eu a escutava gritando. Então me lembrei que todos os carros tinham extintores de incêndio e então quebrei a janela do carro onde eu estava completamente preso, eu escutava os gritos dela me chamando, eu tinha que ajudá-la. Então quebrei o vidro do carro e o alarme logo disparou. Percebi que o mostro do Johnson estava vindo ver o que havia acontecido e me escondi atrás de uma lata de lixo que estava jogada no chão. Ele me procurou, mas não consegui achar, entrou no carro e fez uma cara de satisfação que me enojo até hoje. Quando ele foi embora eu corri para ver onde minha irmã estava e gritei seu nome.
-Mel, por favor, me diz onde você está.
-Sai daqui Mike, não quero que me veja assim.
Ela soluçava de tanto chorar enquanto falava comigo, foi então que a vi chorando, jogada no chão, com manchas roxas no pescoço e mordidas pelo corpo. Ela estava apenas com as roupas íntimas e a de baixo estava suja de sangue. Foi então que eu percebi o que havia acontecido. Peguei-a e vesti-a com o meu casaco e ela pôs a saia, abracei-a como jamais havia abraçado minha irmã e foi quando fiz minha promessa.
-Eu te prometo Mel, que assim como eu vivo e como eu ainda viverei, ele irá pagar pelo que fez. Ele irá pagar.
O ódio em minhas palavras soava com intensidade. E ela continuava a chorar em meu ombro.
-Não Mike, não se preocupe com isso! Confirme a história de um assalto, por favor. Apenas confirme.
Levei-a para casa e fiquei todo o tempo com ela até que nossa mãe chegasse. Eu confirmei a história de um assalto e do estupro. No outro dia eu fui só para escola e vi o carro do maldito passar como se nada tivesse acontecido. O ódio dentro de mim ecoava com tal intensidade que possuía cada centímetro do meu corpo.
Eu fiquei mais próximo de minha irmã e falava constantemente que a amava, era algo que eu precisava dizer, eu nunca havia dito. Foi então que três semanas depois eu a encontrei deitada na cama com um vidro de medicamentos do lado, ela estava com o corpo frio, mole, não tinha mais cheiro. Ela estava morta. Foi então que meu ódio foi crescendo e me consumindo. Aquele homem havia provocado tudo isso.
Eu e minha mãe nos mudamos de bairro e eu cresci com aquele ódio em mim. Eu iria cumprir justiça. Eu tinha que fazê-la.
Aos dezoito anos eu encontrei uma garota muito linda na escola, ela era calouro e eu já era um veterano. Ela tinha cabelos claros que combinavam perfeitamente com a pele clara e os olhos escuros. Era uma combinação linda e perfeita. Conhecemos-nos melhor e logo começamos a namorar.
Fui conhecer o pai dela e quando me vi estava frente a frente com o mostro que causou todo o mau para minha irmã. Ela era filha de Richard Johnson, eu nunca pude imaginar que poderia sentir tanto ódio ao vê-lo. E não sabia como reagir em meio à situação. Eu amava a filha do mostro e o odiava. Por sorte ele não me reconheceu, foi um encontro rápido e sem muitas formalidades.
Eu jurei morte para ele e agora estava apaixonado pela filha. Eu renunciei ao meu amor por Audrey Johnson e comecei minha vingança.
Seqüestrei o maldito e coloquei-o em um cubículo de paredes pretas e sem iluminação, eu havia estudado métodos de tortura para aplicar quando o encontrasse. Ele ficou apavorado com a sala escura e com o tempo que ele estava lá ficou em um canto do cubículo, sua expressão foi de medo. Eu abri a porta do cubículo e coloquei uma lanterna no rosto do homem. Ele gritou de dor, e eu ficava mais aliviado ainda com isso.
-Lembra de mim seu mostro? Eu sou o irmão da Mellody Evan Turner, aquela garotinha de cabelos negros que você violentou, lembra?
-Você, é o namorado da Audrey... Eu? Lembro sim, ela era uma gracinha o que tem isso?
-Ela se matou! Por sua causa. Por sua crueldade. Seu imbecil monstruoso!
Então eu fechei a porta e deixei-o trancado lá. Já havia se passado dois dias e eu o torturava com chutes, socos, e ainda não havia começado a minha crueldade. Voltei ao cubículo e trazia comigo um alicate. Amarrei o Sr. Johnson e peguei-o as mãos e comecei a arrancar cada unha sua, o sangue escorria e a carne ficava viva, vermelha, isso me confortava me causava alívio, era confortante. Ele gritava de dor e eu ficava cada vez mais instigado. Eu arranquei todas as unhas dele e ele chorava. Saí e deixei-o jogado no chão, gritando, ele estava fraco, sem alimentação, e eu me saciava com aquela cena.
Minha mente estava cheia de métodos de torturas e eu ficava cada vez mais saciado com a dor dele. Era a minha vingança. Meu pai antes de morrer disse que eu deveria tomar conta da minha mãe e da minha irmã. Eu não consegui tomar conta direito da minha irmã, mas eu posso tomar conta e proteger outras pessoas, outras crianças.
Foi então que eu tive toda a certeza que eu iria prosseguir com aquilo, que eu iria continuar e iria até o fim com tudo aquilo que eu planejei há anos. Era a minha vez.
Eu havia pesquisado que torturar os membros de uma pessoa fazia com que ela se tornasse mais sensível ao toque e provocava grandes dores nos pés, pernas, braços e mãos. Não hesitei em fazê-los sequer um minuto. Peguei um taco de baseball e comecei a bater nas mãos, penas, braços e pés, durante esses atos, Richard Johnson apenas me implorava para que não o fizesse, ele gritava de dor e aquilo em meus ouvidos soava muito esplendoroso.
-Por favor, Mike, por minha filha, não continue isso. Eu peço-lhe, por favor!
-Não coloque sua filha nisso! Quantas meninas fora minha irmã você machucou? Tire Audrey desse diálogo, ela não merece o pai que tem.
-Fora sua irmã, eu não machuquei ninguém. Ela era provocativa.
Foi nesse instante que eu bati com toda a minha força o taco de baseball na barriga dele e o fiz cuspir sangue.
-Como uma garota de quatorze anos poderia ser provocante seu canalha?
-Ela olhava pra mim e sempre sorria.
-Ela sorria para todos. Ela ainda brincava de bonecas.
Amarrei-o e levei-o para a parte exterior do cubículo. Era como uma garagem velha e bagunçada. Coloquei a boca do maldito no escape do carro e liguei todo o gás poluente que saía do carro, penetrava-lhe nos pulmões e na sua corrente sanguínea. Ele desmaiou e foi quando o levei novamente para o cubículo.
Saí do local e voltei a freqüentar a escola, vi a minha amada com o olhar triste e solitário. Eu bem sabia o que causara tanta tristeza, era o meu ser, embora ela não o soubesse. Eu a amava e ainda a amo. Mas nada nem ninguém poderia me fazer desistir da vingança. Se eu fui cruel? Não como ele foi com minha irmã. Eu fui apenas frio e calculista, um pouco sanguinário, mas eu estava fazendo a justiça.
No outro dia cheguei ao lugar e abri o cubículo logo pela manhã e levei-o para o sol. Os gritos de dor por ver a luz do sol eram sinfonia para mim. Ele logo recuperou os sentidos e olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas.
-Não me machuque mais, por favor, peço-lhe. Não faça mais.
Com sorrisos e um pouco de ironia olhei para aquele rosto pálido, de corpo ensangüentado pelos socos e toda a tortura.
-Você vai ter o mesmo destino que teve minha irmã. Com apenas uma diferença. Você vai direto para o inferno.
As lágrimas do homem logo começaram a jorrar e ele se arrastou até meus pés, pediu, implorou para que eu não o fizesse.

Foi então que eu peguei uma corda e coloquei no pescoço dele. Levei-o para uma árvore que havia perto dali, era um lugar deserto e sem pessoas, onde ninguém poderia encontrar-nos ou desconfiar que estivéssemos ali. Então subi na árvore juntamente com Johnson e lá amarrei a corda em um galho resistente e grosso que havia.
Senti um grande alívio quando o corpo do homem ficou dependurado no galho pela corda. Seu sangue estava preso e sua cabeça estava roxa.  O corpo do homem estava completamente mole e sem vida, foi quando tive certeza que havia morrido, em seguida, atirei em sua cabeça fazendo com que os miolos do maldito voassem para todos os lados e meu trabalho estava cumprindo. Senti paz e sossego depois de meu feito. 
Liguei para a polícia e disse onde eu e o cadáver encontrávamos. Não tive medo e não iria fugir afinal eu tinha matado uma pessoa e tinha consciência que deveria cumprir uma pena por fazer mal à família dele. O que ele deveria ter pensado quando fez todo esse mau pra minha irmã. Fui preso e hoje estou aqui terminando de cumprir minha pena. Se Audrey me perdoou eu não o sei. Mas minha mãe me compreendeu, mas ainda sim não tinha aceitado aquela situação.
Arrependimento? Simplesmente não o tenho. E fá-lo-ia novamente.


sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ideias Confusas

Como  frias gostas de sangue expostas no alvorecer de um dia triste de sombrio de inverno, como o sublime último suspiro de uma alma vivente.

Assim é quando a esperança e a felicidade parecem findar-se. Mas por que? São em momentos de desespero e tristeza que tentamos entender o que está acontecendo e por que! Sabe, tem muita gente complicada aí fora... É difícil manter relação social com pessoas tão diferentes e com pensamentos tão contrários aos seus.

Nunca ouvi alguém dizer que morreu de felicidade, mas já vi pessoas definharem em tristeza. Um sentimento tão ruim que corrói o âmago, destrói um sorriso e toma conta das lágrimas e do desespero sem saber como agir.

Todos temos problemas e é muito difícil conviver com cada um deles. Quando se sabe exatamente o que fazer? Qual é a hora de dizer adeus? Quando iremos nos deparar com os problemas? Será que apenas deixar pra lá e aproveitar o melhor da vida é o suficiente?

Sinto que tentar deixar pra lá é como jogar a poeira embaixo do tapete ou como tentar se abrigar de um temporal embaixo de uma árvore com pouquíssimas folhagens. Me parece ser inútil. E quando tudo isso acontece sua vontade é de sumir...

Mas não é isso que devemos fazer. Devemos jogar toda a tristeza pra fora, enfrentar os problemas, deixar que o "sentimento" seja abandonado e pensar, ser racional. É possível? Não sei, não posso falar, sempre fui mais racional, mas quando o negócio é emocional eu peço "arrego" [rsrs].

Escrever qualquer coisa me faz ficar melhor, mas isso se aplica à mim, nem todo mundo gosta de escrever. Então é só canalizar seus pensamentos para uma coisa que lhe agrade e colocar a poeira embaixo do tapete. Afinal de contas, um dia tudo vem à tona.